Em 25 de janeiro de 2019, por volta das 12h28min, a Barragem da Mina Córrego do Feijão, de propriedade da Vale, localizada em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), se rompeu provocando uma onda de lama, minérios e rejeitos que avançou sobre pessoas, instalações, veículos e um trem que circulava no local. A tragédia, que deixou 259 mortos e 11 desaparecidos, ganhou repercussão na imprensa nacional e internacional e gerou grande comoção.
Apesar da magnitude dos danos materiais e imateriais gerados pelo rompimento de uma barragem, este fenômeno tem sido reincidente no Estado de Minas Gerais. Conheça seis desastres que precederam ao ocorrido em Brumadinho:
15 de maio de 1986, Barragem de Fernandinho, Itabirito (MG): 7 trabalhadores da Itaminas Comércio de Minérios S/A morreram durante o rompimento da barragem da Mina de Fernandinho. Os operários realizavam a manutenção da represa quando, às 14h20min, houve uma explosão e tudo veio abaixo. Segundo matéria divulgada pelo Jornal O Globo, em 17 de maio de 1986, cerca de 100 mil toneladas de rejeitos cobriram uma área de mais de 12 km de extensão. A barragem operava além de sua capacidade.
22 de junho de 2001, Barragem de Macacos, Nova Lima (MG): 5 operários da mineradora Rio Verde foram mortos pela enxurrada de lama que verteu da Barragem de Macacos, localizada no distrito de São Sebastião das Águas Claras, em Nova Lima (MG). O deslizamento ocorreu no final da tarde e arrastou tudo o que havia em um raio de 3 km. Segundo matéria do Jornal O Globo, de 24 de junho de 2001, a tragédia não foi pior porque a estrada tinha pouco movimento na hora do acidente e a vegetação impediu que residências fossem atingidas.
29 de março de 2003, Barragem em Cataguases (MG): por volta das 5 horas da manhã, um dos reservatórios da Indústria Cataguases de Papel se rompeu, tornando negras as águas do Rio Paraíba do Sul. Cerca de 1,2 bilhões de litros de rejeitos da produção de celulose foram despejados no Rio. A extensão da contaminação atingiu um raio de 200 km e provocou a mortandade de peixes e mamíferos. As atividades de pesca foram suspensas e 600 mil pessoas ficaram sem abastecimento de água.
10 de janeiro 2007, Barragem em Miraí (MG): o rompimento de um dique da mineradora Rio Pomba Cataguases Ltda provocou o vazamento de pelo menos 2 bilhões de litros de lama misturada com bauxita e sulfato de alumínio no Rio Muriaé, um dos afluentes do Paraíba do Sul. A lama também atingiu os municípios Itaperuna, Italva e Cardoso Moreira, no Rio de Janeiro. Em Miraí, as enchentes agravadas pelo vazamento deixaram 4 mil pessoas desabrigadas.
Logo após o acidente, o governo de Minas Gerais determinou o fechamento da empresa. De acordo com documento divulgado pela Prefeitura de Miraí, o prejuízo calculado na cidade foi de mais de R$ 73 milhões, valor nove vezes maior do que orçamento anual do município. Um ano antes, em março de 2006, a mesma barragem já havia se rompido, contaminando o Rio Muriaé com 400 mil metros cúbicos de lama e bauxita.
10 de setembro de 2014, Barragem da Mina Retiro do Sapecado, Itabirito (MG): o rompimento de uma barragem da Herculano Mineração deixou 8 trabalhadores soterrados, 5 deles foram resgatados com vida e 3 morreram no local . De acordo com o laudo técnico da perícia, elaborado pelo Instituto de Criminalística, o rompimento se deu por saturação de água.
05 de novembro de 2015, Barragem de Fundão, Mariana (MG): a barragem da Samarco, localizada na unidade industrial de Germano, se rompeu e levou uma onda de destruição aos distritos vizinhos, deixando 19 mortos e centenas de desabrigados. O distrito mais afetado foi Bento Rodrigues. A alteração dos padrões da água resultou na mortandade de animais terrestres e aquáticos e deixou dezenas de cidades sem água potável. O Ibama classificou o lançamento de cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente como o maior desastre socioambiental no setor de mineração ocorrido no País até aquele momento. Segundo Laudo Técnico Preliminar, de 26 de novembro de 2015, o impacto foi tão profundo que é impossível estimar um prazo de retorno da fauna ao local. O desastre destruiu 1.469 hectares, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APPs).
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