Fundada em 25 de junho de 1951, a Fenaseg – Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados, de Capitalização e de Previdência Complementar Aberta – “é uma associação sindical de grau superior, de atuação e abrangência nacional, instituída para coordenar, proteger, congregar e representar os Sindicatos filiados e as categorias econômicas do seguro privado, da capitalização e da previdência complementar aberta”, segundo definição dada pela própria instituição.
Em 2007, com a criação de quatro Federações Setoriais (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap), foi iniciado um processo de desconcentração da gestão dos diversos segmentos representados, que deu origem à CNseg – uma associação civil com atuação no território nacional – em 7 de agosto de 2008. A mudança do modelo de representação institucional é uma grande conquista de autonomia representativa de um setor com características tão exclusivas e únicas, como o segurador.
A CNseg traz em seu DNA princípios que marcam toda a sua trajetória e que foram reunidos em sua MISSÃO – contribuir para o desenvolvimento do sistema de seguros privados, representar suas associadas e disseminar a cultura do seguro, concorrendo para o progresso do País; VISÃO – ser reconhecida como representante eficiente de um setor segurador privado saudável, inovador e comprometido com a sociedade; e VALORES – ética e transparência; valorização dos colaboradores; equilíbrio nas relações com o consumidor; solidariedade e mutualismo; responsabilidade ambiental, social e de governança.
Em comemoração ao aniversário da CNseg, o Centro de Documentação e Memória do Mercado Segurador dá início hoje a uma série especial de destaques que abordará cada um desses princípios e que se estenderá até 25 de junho de 2021, quando a CNseg completará 70 anos.
A iniciativa visa resgatar a sua história institucional, tendo como pano de fundo momentos emblemáticos da história do seguro no Brasil. Esta edição, a primeira da série, traz um breve histórico de como a CNseg fomentou a geração de ideias e de soluções inovadoras para o mercado de seguros, ao longo de quase sete décadas.
A fundação da CNseg se insere em um contexto marcado por profundas transformações. Ela foi criada cerca de um ano depois de o Brasil inaugurar a primeira emissora de televisão da América do Sul – meio de comunicação que em pouco tempo mudaria a vida da sociedade brasileira.
O País colhia frutos da política de modernização econômica adotada pelo governo de Getúlio Vargas, nas décadas de 1930 e 1940, e seguia em uma marcha acelerada rumo ao progresso. E foi justamente para guiá-lo através desta marcha, cadenciada por mutações nas esferas política e econômica, que o setor segurador criou a sua entidade representativa.
No decorrer dos seus primeiros dez anos de existência, a CNseg testemunhou a criação do BNDE (1952), atual BNDES, e da Petrobrás (1953), e viu o Brasil crescer “50 anos em 5”, embalado no programa desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, que entrou para a história como Plano de Metas.
Uma das suas primeiras iniciativas foi a criação do Prêmio Sebastião Cardoso Cerne, em 1957, com o objetivo de fomentar novos trabalhos sobre aspectos jurídicos do seguro, resseguro e da capitalização. A premiação ocorreu em 14 de maio, durante as comemorações do Dia Continental do Seguro. O vencedor, o Dr. David Campista Filho, afirmou durante a solenidade:
“Concursos da ordem deste instituem-se como estímulo ao estudo de problemas jurídicos e à pesquisa das respectivas soluções. Por isso seduzem as jovens inteligências que palpitam de curiosidade e estremecem na confiança em constituir doutrina na consonância da atualidade” (Última Hora, 21 de maio de 1957).
Nos anos seguintes novos concursos foram promovidos visando impelir grandes debates e novos insights sobre a tarifa de seguro incêndio, em 1969, e a proteção contra incêndio no planejamento de edificações, em 1976. Este último atraiu estudantes dos cursos de Engenharia e Arquitetura de diversas universidades do País e recebeu o nome de Concurso de Monografias João Carlos Vital.
A CNseg também encorajou a escrita de trabalhos sobre seguro de vida, em 1977, e a invenção de novos aparelhos antifurto para automóveis, em 1978, através de concursos que premiaram os vencedores com Cr$ 40.000,00 (quarenta mil cruzeiros) e Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros), respectivamente.
Em 26 de novembro de 1991, a 1ª edição do Prêmio Os Melhores do Marketing de Seguros prestou homenagem às iniciativas inovadoras de Marketing. A cerimônia ocorreu no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Dos 24 trabalhos submetidos a especialistas no assunto – Luís Macedo Goulart, Mauro Sales, Roberto Duailibi, Júlio Ribeiro, Jomar Pereira da Silva e Rui Lindenberg – 9 deles foram premiados nas categorias:
- Comunicação Público Externo: Itaú Seguros
- Comunicação Público Interno: Nacional de Seguros
- Marketing Direto: Itaú Seguros
- Novos Produtos | Pessoa Física: SulAmérica
- Novos Produtos | Pessoa Jurídica: Bamerindus
- Planejamento Estratégico de Marketing: Clube de Executivos
- Promoção Institucional: Porto Seguro
- Promoção de Vendas: Nacional de Seguros
- Revelação do Marketing: Kor Corretora de Seguros
O Prêmio Antonio Carlos de Almeida Braga de Inovação em Seguros, lançado em 2011, veio coroar esse histórico de iniciativas. Além de estimular o desenvolvimento do setor, a premiação promove o aprimoramento das relações com o consumidor, a partir da adoção de ideias inovadoras referentes a serviços e procedimentos.
A 1ª edição aconteceu no dia 14 de dezembro, durante o almoço de confraternização do mercado. O case vencedor foi o Sistema SulAmérica de validação prévia de procedimentos e materiais especiais – uma ferramenta que emite automaticamente autorizações de procedimentos de saúde reduzindo drasticamente o tempo de espera.
Objetivando intensificar a disseminação de uma cultura de inovação, a CNseg lançou, em 06 de novembro de 2019, o livreto Gestão da Inovação e Inovação Estratégica, o mais novo da série do Programa de Educação em Seguros. A publicação fornece diretrizes para a construção de soluções inovadoras que gerem resultados efetivos, e aponta algumas tendências ferramentais que podem nortear as atividades de seguros pelos próximos anos, como Inteligência Artificial (IA), blockchain, Open Insurance e telemetria.
Essa longa semeadura, que teve início na década de 50, colhe frutos sadios no tempo presente, marcado por grandes adversidades. Em entrevista à Rádio CNseg, em 25 de maio deste ano, Marcio Coriolano afirma que durante a pandemia (Covid-19) as seguradoras seguem ativas na prestação de assistência aos seus clientes através da adoção de uma série de ferramentas tecnológicas. Esses recursos estão mudando radicalmente a experiência do consumidor, com a garantia da segurança das informações.
Entre muitos exemplos de inovação, o presidente da CNseg destaca a possibilidade de os próprios clientes realizarem vistoria para comprovação de sinistros em suas residências, prédios empresariais, fábricas e automóveis.
Esses avanços beneficiam também as áreas mais distantes dos grandes centros com o uso de drones e satélites. Coriolano destaca ainda como a telemedicina tem beneficiado clientes do seguro saúde ao mitigar riscos de contágio, diminuir a sobrecarga dos hospitais e promover a troca de informações entre equipes médicas, pacientes e suas famílias, acelerando diagnósticos e permitindo o monitoramento a distância. “É um novo mundo”, afirma.