Entre as ações que marcam o centenário da Revista de Seguros destacam-se a publicação de reportagem especial na edição que inaugurou o ano de 2020 – a Revista de Seguros nº 912 Janeiro/Fevereiro/Março – e a entrevista exclusiva com o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, no Programa Sintonizado no Seguro, no mês de junho. Dando continuidade a esta série de ações, o Centro de Memória do Mercado Segurador lança este destaque, a fim de desvelar o segredo da sua longevidade e homenagear aqueles que fazem do periódico um case de sucesso há mais de cem anos.
Concebida pela iniciativa independente do jornalista Candido de Oliveira, que também foi diretor executivo do periódico, a Revista de Seguros teve como primeiro redator chefe o advogado Abilio de Carvalho. Nascido no interior da Bahia, graduado em Direito e especializado em Direito Marítimo, Abilio de Carvalho trabalhou como advogado no Sindseg RJ/ES, outrora conhecido como Associação das Companhias de Seguros, cuja a criação esteve entre as principais pautas defendidas pela Revista de Seguros ao longo do seu primeiro ano de existência.
A sua linha editorial também abrangeu temas ligados à evolução das carteiras de seguros e à atividade seguradora à luz do Código Civil, ao monopólio do Estado, além da história, regulamentação e jurisprudência do seguro.
A difusão da cultura do seguro também recebeu atenção especial desde o princípio, fazendo com que a Revista de Seguros rapidamente se consolidasse como um guia prático de estudos para advogados e juízes de todo o Brasil.
Após 37 anos de inteira dedicação ao periódico, Abilio de Carvalho faleceu em 31 de maio de 1957, e David Campista Filho foi empossado na direção da redação. O Brasil crescia “50 anos em 5” com a política desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek e o mercado segurador estava em franca expansão, apesar da crescente inflação. Foi nesse contexto que David Campista Filho conduziu a Revista de Seguros ao seu 40º aniversário.
Tendo iniciado os seus trabalhos como colaborador, David Campista trilhou um extenso percurso até a diretoria da redação. Com mais de 20 anos de intensa dedicação, a sua trajetória na Revista de Seguros se estendeu até o último dia da sua vida. Autor de diversos trabalhos, foi também diretor da Fenaseg, membro do conselho fiscal do IRB e diretor do Lloyd Sul Americano, e veio a falecer em 14 de setembro de 1960. O jornalista Luiz Furtado de Mendonça foi então convidado para dar continuidade ao seu legado na diretoria da redação da revista.
Nascido em Pernambuco, em 1923, Luiz Mendonça ingressou no mercado de seguros em 1939, na Seguradora Indústria e Comércio, em Recife. Em 1951, após se mudar para o Rio de Janeiro, ingressou no Sindicato das Seguradoras e logo em seguida no IRB e na Fenaseg, atual CNseg, que acabara de ser criada, onde desenvolveu importantes trabalhos de consultoria por cerca de 50 anos. Foi autor do livro “O Seguro Em Retalhos” e escreveu para o “Diário de Notícias”, “O Jornal”, “O Globo”, “Fax Seguros” e “Jornal do Commercio”.
O seu relacionamento com a Revista de Seguros teve início na década de 40, quando submeteu os primeiros artigos à revista, e desde então passou por diversas funções. Além de colaborador e redator chefe, foi também diretor executivo da publicação e garantiu a sua sobrevivência em um período muito difícil, que se sucedeu à morte do seu então proprietário, José Veloso Borba.
Em 1985, a propriedade da Revista de Seguros foi transferida à CNseg. O seu relançamento recebeu dois importantes destaques do Jornal do Commercio-RJ, destinados às iniciativas que se sobressaíram em criatividade e planejamento e que apresentaram “algo genial, que realmente atraiu a atenção dos profissionais da área” (Jornal do Commercio-RJ, 06 de janeiro de 1986).
A CNseg conduziu a Revista de Seguros através da revolução tecnológica da virada do século. O periódico testemunhou desde a entrada das primeiras seguradoras na rede mundial de computadores aos avanços mais recentes, como a adoção da telemedicina como uma importante aliada no atendimento de pacientes durante a pandemia (Covid-19), por exemplo.
A Revista de Seguros é a mais antiga publicação especializada em economia em circulação no País, e há três anos vem articulando temas de seguros com atitudes preventivas, formação de poupança, entre outros assuntos selecionados a fim de alcançar decisores de políticas públicas, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, conforme afirmou Marcio Coriolano, presidente da CNseg, em entrevista com Mara Luquet, na edição de 11 de junho de 2020 do Programa Sintonizado no Seguro.
Para ele, o segredo da longevidade da Revista de Seguros é a multidisciplinaridade de assuntos, que está estruturada no diálogo com diversos segmentos da sociedade, da economia e do poder público. A edição de nº 912, que além de celebrar o centenário da revista traz temas relativos aos desafios que o Brasil enfrenta no presente momento, é um ícone desta longevidade.
Clique para ler a Revista de Seguros edição nº 912