Iniciativa
CNSeg - Confederação Nacional das Seguradoras

A construção de estádios para a Copa 2014 e o mercado segurador

Categoria:

Durante a Copa do Mundo do Qatar 2022, o CEDOM relembra os preparativos para a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil.

Neste ano, o Brasil sediou pela segunda vez a Copa do Mundo de Futebol. Diferente da primeira edição, realizada em 1950, onde existiam cinco estádios disponíveis – Maracanã (Rio de Janeiro), Pacaembu (São Paulo), Ilha do Retiro (Recife), estádio dos Eucaliptos (Porto Alegre), Durival de Brito (Curitiba) e Independência (Belo Horizonte) -, o evento mais recente exigiu uma quantidade maior de estádios, com ampla capacidade de público.

De um total de doze estádios disponíveis para 2014, seis deles foram totalmente construídos no período para receber o evento. Do restante, alguns foram reconstruídos substituindo antigas estruturas e outros apenas reformados. O Maracanã, por exemplo, foi construído em 1950 para receber o mundial, sendo inaugurado poucos dias antes do início dos jogos. Já para a Copa de 2014, como outros, ele precisou passar por grande reforma.

Considerando as obras que aconteciam em função da Copa, a revista Cadernos de Seguro publicou em 2009:

A realização da Copa do Mundo em 2014 no Brasil pode movimentar R$ 100 bilhões em obras de infraestrutura e gerar cerca de R$ 5 bilhões em prêmios de seguro. Por isso, as seguradoras estão treinando suas equipes de vendas para conscientizarem os investidores do papel do seguro como mitigador de riscos” (Cadernos de Seguro, novembro de 2009, p. 71).

A expectativa era de que além do seguro, também o setor de resseguros prosperasse no período. Vislumbrando além do torneio de 2014, as Olimpíadas de 2016, Roberto Castro destacou:

“Tudo que estiver relacionado à Copa do Mundo e às Olimpíadas precisará de resseguro. Uma série de obras vai precisar de cobertura para risco de engenharia, responsabilidade civil, garantia de obrigações contratuais etc.” (Cadernos de Seguro, janeiro de 2010, p. 82).

Já no final de 2010, a Zurich Brasil Seguros fechou contrato para segurar as reformas do Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro), da Arena Fonte Nova (Salvador) e do Estádio Mané Garrincha (Brasília). Contemplando a Responsabilidade Civil e o Risco de Engenharia, o total do risco dos projetos alcançava cifras de R$ 1,9 bilhão. De acordo com o superintendente de riscos da empresa, as obras de enormes proporções eram executadas por um consórcio de construtores e geraram grande competição entre os contratos de seguro. (Cadernos de Seguro, março/abril de 2011, p. 36).

Estádio Mané Garrincha, localizado em Brasília Fonte: http://estadionacionaldebrasilia.com/galeria-de-fotos/

Outros estádios anunciados para a Copa de 2014 já estavam no radar da empresa. De acordo com a matéria, em março de 2011: “Este mercado está muito aquecido e esperamos que a posse do novo governo acelere ainda mais os projetos que estavam previstos e não tiveram início até o momento”. (Cadernos de Seguro, março/abril de 2011, p. 36).

Torcedores chegam para partida de futebol na Arena da Amazônia durante a Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Reprodução / Getty Images.

Em fevereiro de 2014, o portal do Sindicato das Empresas de Seguros e Resseguros de São Paulo publicou outras empresas que, como a Zurich, tiveram grandes contratos firmados em função do evento. A Tokio Marine, ficou responsável pelo seguro do Beira Rio (Porto Alegre). A Allianz participou dos seguros do estádio do Mineirão (Belo Horizonte), da Arena da Amazônia (Manaus), do estádio Castelão (Fortaleza) e da Arena das Dunas (Natal). Já a AIG, obteve alguns contratos com o seguro de Responsabilidade Civil ou com o cosseguro. (Portal SindsegSP, 04 de fevereiro de 2014).

Apesar da Copa do Mundo de 2014 ter movimentado o mercado segurador, de acordo com o SindsegSP, as operações do período não se mostraram de fato vantajosas para as empresas que obtiveram contratos. A grande concorrência levou as empresas a diminuírem muito o valor das apólices, não sendo estes suficientes para cobrir os riscos envolvidos. Além do mais, acidentes e atrasos em muitas das obras culminaram em altas indenizações.

Das doze arenas construídas ou reformadas, nove são públicas, sendo cinco delas geridas por Parceria Público Privada (PPP). O mercado segurador vem contribuindo para o aumento da qualidade das obras públicas e para a redução de seus custos. Conforme destacou o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, durante sua participação no programa “Mesa Redonda”, realizado pelo CQCS, o setor aguarda a entrada em vigor da nova Lei de Licitações,

 “que aumenta consideravelmente a previsão do seguro garantia, passando de um limite de 5% para 30%, além de prever o “step in”, que é a possibilidade de a seguradora assumir a obra segurada para concluí-la, ao invés de simplesmente pagar as indenizações devidas. Dyogo acredita que o aumento da participação do mercado segurador pode gerar um enorme impacto no custo e na qualidade de todas as obras públicas do País. “Nosso setor segurador está mais do que preparado para cumprir essa tarefa”, destacou.” (Acontece, agosto de 2002).

Publicado em 17.12.2022

Compartilhe nas redes sociais

Outros destaques