Em 22 de março de 1992, a Organização das Nações Unidas – ONU, instituiu o Dia Mundial da Água. Comemorado desde 1993, a data busca promover a conscientização sobre a importância desse recurso tão essencial para a vida na Terra, além de incentivar debates sobre o tema. O estresse hídrico é um dos riscos definidos pelo relatório “Construindo Seguros para a Transição Climática”, publicado em fevereiro, pela CNseg, em parceria com a UNEP FI, contando com a colaboração de 21 empresas de seguro associadas.
Na mesma data, a ONU publicou a “Declaração Universal dos Direitos da Água”, cujos 10 artigos resumidos afirmam:
1- A água faz parte do patrimônio do planeta;
2 – A água é a seiva do nosso planeta;
3 – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados;
4 – O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
5 – A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores;
6 – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo;
7 – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada;
8 – A utilização da água implica respeito à lei;
9 – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
10 – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
“Água para a Paz”
Este ano, o tema escolhido para discussão foi “Água para a Paz”. De acordo com a ONU, na atualidade, a água é motivo de disputas e conflitos entre nações e comunidades, com tendência de intensificação do quadro nos próximos anos. A escolha do tema busca incentivar mudanças que contribuam para o desenvolvimento global. De acordo com a ONU,
“Em 2015, o mundo se comprometeu com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 como parte da Agenda 2030 – a promessa de que todos teriam acesso a água potável e saneamento adequado até 2030. No entanto, o mundo está longe do objetivo e bilhões de pessoas são prejudicadas por não terem acesso suficiente à água potável e saneamento”. (Nações Unidas – ONU News, 2024).
A utilização da água de forma mais sustentável é uma das maneiras sugeridas pela ONU para lidar com as mudanças climáticas, que afetam de forma direta os recursos hídricos, causando períodos maiores de seca. Estima-se que até 2025, 1,8 bilhão de pessoas viverão sob condições de “escassez absoluta de água”, conforme identificou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO.
Práticas para Seguros mais sustentáveis
O setor de seguros vem buscando educar o mercado e os segurados para lidar com os temas ASG. A Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg, como um órgão representativo, tem, por meio da Superintendência de Relações de Consumo e Sustentabilidade (SUREC), pensado em propostas para apoiar as empresas do setor e dar melhores respostas, dentre outros assuntos, à crise climática.
A Comissão de Integração ASG (CIASG), coordenada pela SUREC, tem como objetivo realizar a integração das questões ASG nas operações do setor de seguros. Promover conhecimento e estabelecer compromissos setoriais, são algumas das missões da Comissão, que trabalha para a impulsionar novos negócios, aprimorando a gestão de riscos e a reputação do setor.
Dentre as últimas ações empreendidas pela área, está o lançamento do relatório “Construindo Seguros para a Transição Climática”. Elaborado em parceria com a Iniciativa Financeira das Nações Unidas (UNEP FI) e com o suporte técnico da ERM NINT, o documento contou com a colaboração de um grupo de 21 empresas de seguro associadas à CNseg, que ao longo de 15 meses, buscou uma metodologia para identificar, avaliar e mensurar os principais riscos climáticos físicos brasileiros. Dos onze riscos estabelecidos, está o “estresse hídrico”. Conforme expresso pelo relatório:
“O estresse hídrico é um risco físico crônico, que está relacionado à competição por recursos hídricos, definido informalmente como a razão da demanda de água pela sociedade humana na região dividida pela água disponível. Seus impactos estão associados à insegurança hídrica”.
Para conhecer o relatório completo e demais documentos que resultaram do estudo, acesse aqui.
Publicado em 26.03.2024