Iniciativa
CNSeg - Confederação Nacional das Seguradoras

A Escola de Negócios e Seguros – ENS completa 50 anos

Categoria:

Há 50 anos a Escola de Negócios e Seguros – ENS contribui para o desenvolvimento do mercado segurador brasileiro por meio da promoção de uma educação transformadora, com ênfase na disseminação da cultura do seguro.

A sua história teve início em 21 de setembro de 1970, quando o Ministro da Indústria e do Comércio, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, autorizou a instalação da Comissão Organizadora da Escola Nacional de Seguros – COENSEG. Constituída pela Resolução de Diretoria nº 35, a Comissão foi integrada por profissionais do IRB e “tinha o objetivo de estabelecer uma programação de cursos, organograma, fluxograma, estatutos e regimento interno” da Escola (JORNAL DO COMMERCIO, 24 de julho de 1981).

Para o Ministro Marcus Moraes, até aquele momento havia prevalecido o autodidatismo na formação de profissionais do setor, o que foi ratificado pela Revista de Seguros na matéria que abriu a edição de maio de 1971:

O autodidatismo, como forma de aquisição de conhecimento, sempre foi instrumento predominante na preparação dos profissionais do seguro.
Não há dúvida que esse é o caminho mais longo e mais inçado de dificuldades para quem pretende fazer qualquer carreira e, particularmente, para quem pretende especializar-se em seguro.
As dificuldades elevam-se ainda mais quando a atividade seguradora, a partir de determinado nível de desenvolvimento, incorpora uma alta taxa de conhecimento amplamente diversificado. O autodidatismo, em tais circunstâncias, torna-se verdadeiramente impraticável (REVISTA DE SEGUROS, maio de 1971).

O projeto de criação da Escola Nacional de Seguros, na época conhecida como “Enseg”, integrou a estratégia do Governo Federal de ampliar a participação do mercado segurador no PIB nacional por meio da modernização e da expansão do setor, que só poderia ser alcançada através da ampliação do número de profissionais qualificados, conforme afirmou o presidente do IRB, José Lopes de Oliveira (1971):

Atualmente o seguro representa, em termos de arrecadação, cerca de 1% do produto nacional, quando há países desenvolvidos em que esse índice chega à altura dos 7%. O governo pretende que no Brasil o desempenho da atividade seguradora seja de ordem a alcançar a casa dos 3%.
A realização dessa meta significará notável e extraordinária expansão que o seguro não logrará se lhe faltar o concurso de quadros profissionais com teor cada vez maior de pessoal altamente qualificado (OLIVEIRA, maio de 1971).

Segundo matéria divulgada pelo Diário de Pernambuco, em 10 de maio de 1970,

O objetivo da criação da Escola de Seguros é o de possibilitar a preparação e aperfeiçoamento de pessoal tecnicamente adequado às tarefas mais ligadas ao mercado brasileiro de seguros e sua capitalização, tendo em vista o constante desenvolvimento desse setor que está a exigir sempre crescente e permanente aprimoramento da mão-de-obra (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 10 de maio de 1970).

A iniciativa foi amplamente apoiada pelas companhias de seguros, que se comprometeram tanto com o fornecimento de professores para o corpo docente da Escola, como com a admissão de estagiários para treinamento técnico. Projetada para ser centro de referência na formação de especialistas em seguros, a Escola Nacional de Seguros foi criada com a missão de estruturar uma política nacional de ensino conforme apontou a edição de 08 de julho de 1971 do Jornal do Brasil:

Os encargos da escola não são apenas didáticos, através de cursos próprios de formação e de aperfeiçoamento profissional, mas acima de tudo de política educacional, recolhendo e sistematizando experiências nesta área de ensino especializado para uniformizar e racionalizar as práticas pedagógicas de toda atividade docente que será desenvolvida no país em matéria de seguros (JORNAL DO BRASIL, 08 de julho de 1971).

Organizada pelo Instituto de Resseguros do Brasil – IRB, em parceria com a Susep e a Fenaseg, a Escola Nacional de Seguros foi inaugurada em 09 de julho de 1971, em solenidade presidida pelo Ministro Pratini de Moraes, um dos grandes entusiastas da sua criação, celebrada na Rua Senador Dantas nº 74, no Rio de Janeiro.

O evento contou ainda com a presença de Rafael de Almeida Magalhães, presidente da Fenaseg, e de José Lopes de Oliveira, presidente do IRB e idealizador da Escola. Em entrevista ao CPDOC da FGV, em 1996, o Sr. José Lopes Oliveira afirmou que a Escola Nacional de Seguros foi projetada com características únicas, tendo como fonte de inspiração o modelo francês de ensino. A Escola nasceu com a missão de institucionalizar o “ensino de seguros, criando uma padronização no Brasil inteiro, para que não houvesse cada setor fazendo à sua moda”, concluiu Lopes Oliveira (OLIVEIRA, 1996).

Para o Ministro Pratini de Moraes, a missão da Escola Nacional de Seguros não era pura e simplesmente ampliar o número de cursos que já eram ofertados no país, mas “criar um verdadeiro e permanente sistema de ensino especializado (…) tendo em vista (…) redimensionar o mercado e assegurar-lhe participação efetiva no desenvolvimento da economia”. Para ele, “era evidente que a expansão do setor de seguros demandaria por igual mudança da escala no processo de formação de pessoal” (DIÁRIO DE PERNAMBUCO, 30 de julho de 1971).

Parecer muito similar ao do Ministro foi divulgado pela edição de maio de 1971 da Revista de Seguros. A matéria de capa do periódico afirmou: “Trata-se de estabelecimento que não terá a função limitada de fazer funcionar mais alguns cursos. Suas atribuições estendem-se à tarefa bem mais importante de coordenar toda a atividade docente exercida na área do ensino do seguro, em todo o país” (REVISTA DE SEGUROS, maio de 1971).

Durante o primeiro ano de atividades, o professor João Alves esteve à frente da Comissão Organizadora da Escola Nacional de Seguros. No ano seguinte, a Escola adquiriu personalidade jurídica de direito privado e condição de Fundação, passando a se chamar Fundação Escola Nacional de Seguros – Funenseg. A partir de então a Escola passou a gozar de autonomia administrativa, técnica, pedagógica e financeira.

Este novo período foi inaugurado pela cerimônia de posse do Conselho Diretor e do Conselho Curador, celebrada em 30 de junho de 1972. Algumas reportagens de época se referem a este evento como a inauguração oficial da Funenseg. Formado por quatro membros efetivos e igual número de suplentes, ao recém-criado Conselho Diretor competia elaborar o regimento interno, votar proposta orçamentária, decidir sobre a criação de novos cursos, criar e extinguir cargos, entre outras atividades previstas nos Estatutos da Fundação.

Três membros do Conselho Diretor eram indicados pela instituição idealizadora e principal mantenedora da Escola Nacional de Seguros, o IRB, e o quarto membro representava outra importante instituição mantenedora, a Fenaseg. O IRB delegava a um de seus representantes a incumbência de presidir o Conselho Diretor e a própria Funenseg, que contava ainda com um Conselho Curador, responsável pela supervisão da gestão administrativa e financeira.

Escolhido por José Lopes de Oliveira, presidente do IRB, Theóphilo de Azeredo Santos comandou a primeira experiência sistematizada de ensino de seguros no Brasil entre 1972 e 1976, quando foi sucedido por João Carlos Vital (1976-1980). Ao completar 10 anos, durante a gestão de Carlos Frederico Lopes da Motta (1980-1981), a Funenseg lançou a coleção Cadernos de Seguro, e celebrou a marca de 7 mil profissionais treinados ao longo de 140 cursos ministrados.

A Escola Nacional de Seguros também deu início a um novo capítulo da sua história, marcado pela expansão e interiorização do ensino, como descreveu o Sr. Carlos da Motta em matéria divulgada pelo Jornal do Commercio, em julho de 1981:

Agora a Funenseg começa uma nova fase. Verificamos que seria necessária uma grande opção: ou abertura de núcleos da Fundação em diversas localidades (…) ou uma filosofia diferente, ou seja, a multiplicação de nossos esforços através de uma operação conjugada com as organizações regionais de seguradores, corretores e securitários (…) JORNAL DO COMMERCIO, 24 de julho de 1981.

Em 1982, a Escola Nacional de Seguros rompeu os limites das grandes capitais levando os Cursos de Corretores de Seguros para as cidades de Juiz de Fora (MG) e Campinas (SP). No mesmo ano implantou o Ensino a Distância, organizado e desenvolvido pela sua Divisão de Ensino a Distância – DED. A nova modalidade, que ficou conhecida como “Instrução Programada”, alcançou mais de 2 mil alunos em 1983. Com a grande revolução tecnológica do novo milênio, a ENS modernizou o Ensino a Distância com a criação da sua Escola Virtual, e em 2020 registrou mais de 31 mil inscritos na modalidade EAD.

Na década de 80, a Escola Nacional de Seguros intensificou as ações voltadas ao marketing do seguro por meio da fusão com o Comitê de Divulgação Institucional do Seguro – CODISEG, que foi constituído em 1987 por representantes do IRB, Susep, Fenaseg e Fenacor. Juntas as duas entidades intensificaram a divulgação e o ensino da atividade securitária. Em 1998, a ENS lançou a sua primeira grande campanha institucional, intitulada: “Seguro é mais vida, Seguro é proteção, e Seguro só com o Corretor de Seguros”, que incluiu merchandising na novela “Torre de Babel”; anúncios que foram ao ar pela Rede Globo nos intervalos do Fantástico, além de jornais, revistas e outdoors.

Como parte das ações voltadas à difusão da cultura do seguro no Brasil, a Escola Nacional de Seguros lançou, em 2010, o portal “Tudo sobre seguros”, que abrange um amplo leque de informações sobre seguros, previdência e capitalização, contemplando a história, tipos e fundamentos do seguro; a estrutura do mercado segurador; entre outros temas. Ainda em 2010, a Escola ingressou nas redes sociais a fim de estreitar ainda mais a comunicação com alunos de todo o país.

Em 2013, a ENS reforçou a sua liderança na área de pesquisa com o lançamento do estudo “Mulheres no Mercado Segurador Brasileiro”, em parceria com a Rating de Seguros. Em 2015, a Escola Nacional de Seguros foi eleita a melhor entidade do ano e recebeu inúmeras homenagens por sua destacada atuação.

No contexto do seu aniversário de 45 anos, a ENS inaugurou nova unidade em edifício situado à Rua Augusta, nº 1.600, bairro Consolação, São Paulo (SP). Desde 28 de março de 2016, as atividades administrativas e as relacionadas a cursos técnicos, Programa para Habilitação de Corretores de Seguros, Graduação, MBAs, palestras e ao Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES) foram concentradas no novo endereço. Ao todo, são nove andares que abrangem 4.500 m² e incluem 28 salas de aula, biblioteca, laboratório de informática, e auditório.

Reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC) como Instituição de Ensino Superior (IES) desde 2005, a Escola Nacional de Seguros passou a se chamar Escola de Negócios e Seguros, em 2019. A iniciativa integra um amplo projeto de reposicionamento mercadológico que inclui “o lançamento de cursos inéditos de graduação e MBAs em áreas de interesse do mercado de seguros, tais como relações de consumo, inovação, marketing e transformação digital”, afirma a CNseg. A novidade foi anunciada durante o 21º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguro, ocorrido entre 10 e 12 de outubro, na Bahia (CNSEG, 2019).

Em 2021, a Escola de Negócios e Seguros celebra o marco de 50 anos com uma grande campanha que abrange a oferta de cursos online com 50% de desconto, e o fechamento de parcerias inéditas para programas internacionais de treinamento de executivos. O primeiro foi com a Universidade de Tel Aviv (TAU), e outros dois programas de treinamento previstos para este ano são os de Londres e Lisboa.

A ENS também lançou versão comemorativa da sua logomarca, que foi divulgada em sites, redes sociais e campanhas, e deu início a uma contagem regressiva muito especial nas suas mídias sociais – Instagram, Facebook e Youtube – trazendo um fato relevante da sua história por dia. Ao todo, estão sendo revividos 50 fatos representativos da sua trajetória. A Escola de Negócios e Seguros também deu início a um ciclo de lives sobre como a inovação e a transformação digital impactam o mercado atualmente.

“A Escola é extremamente antenada com o que acontece no mercado, e como é um mercado em ebulição com aumento significativo de complexidade, a Escola reage a este novo cenário”, afirmou o diretor de Ensino Superior da ENS, Mario Pinto, em entrevista recente à Rádio CNseg (RÁDIO CNSEG, 07 de maio de 2021).

A Confederação Nacional de Seguros – CNseg, que neste ano completa 70 anos e que desde 2008 opera sob regime de representação institucional espelhado, acaba de renovar seus assentos no Conselho de Administração da ENS. Marcio Coriolano, presidente da Confederação, e os Srs. Mauro Batista e Luiz Tavares, saudaram a nova bancada composta por Antonio Carlos de Melo Costa, presidente do SindSeg RJ/ES, Solange Beatriz Mendes e Alexandre Leal, diretores-executivos da CNseg.

O presidente da CNseg celebra o cinquentenário desta relação sinérgica e muito frutífera desejando “longa e produtiva vida para a Escola de Negócios e Seguros! Que carrega a boa herança de tudo o que foi feito na ex-Funenseg” (CORIOLANO, 2021).

 

 

Theophilo-de-Azeredo-Santos_Cadernos-de-Seguros_ano-X-no-057-marco-abril-de-1991-p.7
Cadernos-de-Seguro-Edicao-00057-1991-p.26
Cadernos-de-Seguro-Edicao-00020-janeiro-fevereiro-de-1985-pagina-35.jpg
30 de junho de 2021

Compartilhe nas redes sociais

Outros destaques