A CNSEG COMPLETA 70 ANOS
No dia 25 de junho, a Confederação Nacional das Seguradoras – CNSeg completa 70 anos de atividades voltadas à expansão do seguro no Brasil. Ao longo de toda a sua trajetória a CNseg esteve comprometida com a difusão da cultura do seguro, tendo ética, transparência, boa fé e o equilíbrio nas relações de consumo como seus grandes pilares.
Este compromisso foi expresso de inúmeras formas, desde a promoção de campanhas publicitárias voltadas ao consumo consciente do seguro, antes mesmo da entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor – CDC, à adesão voluntária ao Código em 1990, quando ainda operava como Federação Nacional de Seguros – Fenaseg.
Entre as campanhas publicitárias que marcaram época, destacamos as campanhas vitoriosas no Prêmio Colunistas, uma iniciativa da Associação Brasileira dos Colunistas de Marketing e Propaganda – Abracomp: “Ser útil à Sociedade. O pensamento que une as empresas de seguro” (1978); “Incêndio” (1982); “São Pedro” (1983); “Escoceses” (1993); “Robauto” (1995) e “O que você tem, você mantém” (1997).
A Fenaseg também esteve na vanguarda do emprego das redes de televisão como aliadas estratégicas na difusão da cultura do seguro. A iniciativa de inserir o seguro na novela Dancin’ Days, que foi ao ar pela Rede Globo em 1978, recebeu extensos elogios do ilustre jornalista Luiz Mendonça na edição de fevereiro de 1979 da Revista de Seguros. Mendonça afirmou que até aquele momento Hollywood havia adotado uma abordagem restritiva do seguro em suas produções cinematográficas, dando ênfase apenas às fraudes no seguro. O enfoque positivo dado em Dancin’ Days foi considerado uma “inovação certamente elogiável” (Revista de Seguros, fevereiro de 1979).
A partir de 14 de julho de 1987, as ações de disseminação da cultura do seguro passaram a ser coordenadas pelo Comitê de Divulgação Institucional do Seguro – Codiseg, formado pelo IRB, Susep, Fenacor e pela própria Fenaseg. Através do Codiseg foram desenvolvidas estratégias de Marketing icônicas, como a vinculação do seguro ao grande enigma da novela “Vale Tudo” – “Quem matou Odete Roitman?” – que foi ao ar pela Rede Globo em 1988, e que ainda hoje é eleita por especialistas a melhor novela de todos os tempos.
A peça publicitária que trazia a foto da vilã Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall, com o slogan “Faça seguro. A gente nunca sabe o dia de amanhã”, foi divulgada um dia antes do seu misterioso assassinato. O marketing criativo do Codiseg teve o apreço do Jornal Tribuna da Imprensa (RJ), que parabenizou o brilhantismo dos idealizadores do anúncio na edição de 26 de dezembro de 1988.
No ano seguinte foi a vez da atriz Maria Izabel de Lizandra interpretar a corretora de seguros Marília na novela Tieta, que também foi ao ar pela Rede Globo. Marília teve a sua história entrelaçada com a de outros personagens, inclusive, com a da própria protagonista, que veio a contratar seguro com Marília no episódio que foi ao ar em 11 de dezembro de 1989. Assim, o Codiseg colocava “o seguro na boca do povo”, como afirmou a matéria do jornal “O Fluminense (RJ)”, em 04 de dezembro de 1989.
A entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor – CDC, em 1991, fomentou debates sobre o marketing do seguro na medida em que a nova conjuntura apontava para o desenvolvimento de trabalhos cada vez mais sinérgicos entre a indústria de seguros e as agências de marketing. Era preciso criar campanhas publicitárias que fossem facilitadoras da elucidação do consumidor, e foi nesse contexto que visando estimular as melhores práticas de marketing que a Fenaseg instituiu a primeira edição do concurso “Os Melhores do Marketing de Seguros”, que premiou os autores dos nove projetos vencedores em 26 de novembro de 1991, no Golden Room do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.
Ao completar 55 anos, a Fenaseg executou um amplo projeto de Comunicação Institucional que integrou duas ações de peso: o lançamento do jingle “Bom dia” nas rádios das maiores cidades do país; e a transmissão do vídeo institucional “Segure Tudo”, que traz com exclusividade um grande sucesso do compositor Martinho da Vila, interpretado e gravado especialmente para a peça publicitária. O vídeo passou a ser exibido em salas de cinema do Rio de Janeiro – Botafogo Praia Shopping, Downtown e New York City Center – São Paulo – Shopping Iguatemi, Pátio Higienópolis, Villa Lobos e Jardim Sul – e Brasília – Shopping Píer 21, a partir de 29 de setembro de 2006.
Atuando sob o regime de representação institucional em que a Fenaseg concentra o exercício de sua função de entidade sindical superior filiada à Confederação Nacional do Sistema Financeiro – CONSIF, e a CNseg desenvolve a coordenação e suporte técnico, organizacional e institucional a projetos e atividades de interesse comum das Federações associadas, a CNseg patrocinou juntamente com a FenSeg a campanha “Seguro Garantia Estendida”, que foi lançada em 05 de agosto de 2014. A campanha se voltou para o aumento do nível de conhecimento da sociedade a respeito do funcionamento dessa modalidade de seguro, e contou com ações em rádio, televisão, busdoor, mídia impressa, além de um hotsite específico com informações sobre o produto.
A CNseg convergiu toda a sua experiência acumulada ao longo dos anos em difusão da cultura do seguro no “Programa de Educação em Seguros”, que coroou o aniversário de 65 anos da Confederação, em 2016. O Programa abrange um amplo leque de ações voltadas à produção de conhecimento estruturado e informações qualificadas acessíveis à população em geral, entre as quais se destacam: os livretos, guias e cartilhas, que trazem conceitos essenciais sobre seguros e contribuem para o fortalecimento da noção de prevenção de riscos, o Glossário de Seguros, a Rádio CNseg, o Canal CNseg no Youtube e ações nas mídias sociais.
“Um dos principais objetivos do Programa é combater a desinformação em relação ao mercado segurador, ampliando a percepção das pessoas sobre seguros e sua importância, por meio do fornecimento de informações relevantes que possam auxiliar na tomada de decisões em relação à proteção para si, sua família e seu patrimônio”, afirma a CNseg (CNseg, 2016).
Às vésperas do seu aniversário de 70 anos a CNseg pôs em marcha, no mês de maio, o “Seguro Auto Sim”, uma série de ações de Comunicação que visa fornecer informações e esclarecimentos sobre a proteção veicular para toda a sociedade. Em entrevista com a jornalista Mara Luquet, no programa Sintonizado no Seguro da Bandnews FM, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, afirmou que este tipo de atividade é claramente um retrocesso por trazer prejuízo aos participantes: “essas associações que oferecem a proteção veicular, como se um seguro fosse, não passam por nenhuma fiscalização do governo. Além disso, não há nenhuma garantia de que elas tenham estrutura financeira para honrarem os compromissos que assumiram”, concluiu Coriolano (CNseg, 20 de maio de 2021).
O presidente da CNseg também publicou um artigo muito elucidativo sobre as principais vantagens da contratação do seguro automóvel, em detrimento das desvantagens da proteção veicular, que está disponível no menu “Publicações” da página institucional da CNseg.
A CNseg em defesa do mercado segurador brasileiro
Além da difusão da cultura do seguro, a CNseg também vem atuando fortemente nas frentes de desregulamentação e desburocratização do mercado de seguros e na agenda estratégica do setor. Em 1992, quando ainda operava como Federação, lançou a “Carta de Brasília”, a primeira manifestação conjunta e consensual das empresas de seguros, tornada pública durante a cerimônia de posse do Sr. João Elísio Ferraz de Campos na presidência da Fenaseg, em Brasília. O documento é uma declaração de princípios em prol da livre iniciativa, da economia de mercado, do liberalismo moderno, social e economicamente justificável, afirma a obra “Do retrato de Vargas à Carta de Brasília: 50 anos da Fenaseg”, de autoria do jornalista e escritor Paulo Amador.
Projetada para ser instrumento de diálogo e plataforma de demandas e propostas ao Governo, a Carta de Brasília se consagrou como a política dos três “dês” – desestatização, descentralização e desregulamentação – ao defender a privatização do IRB e a abertura do mercado de resseguro; o retorno do seguro de acidentes do trabalho para a iniciativa privada; maior autonomia e flexibilidade em relação aos investimentos de reservas técnicas; a modernização da Previdência Social; e a operação do seguro de saúde em regime de competição, asseguradas as garantias de proteção à saúde dos beneficiários.
O documento defendeu ainda a redução dos excessos de regulação que inibem a iniciativa empresarial e o aumento do nível de informação relativa à atividade seguradora como forma de ampliar a sua participação no PIB brasileiro (2º Plano Setorial da Indústria de Seguros, 2004).
A Fenaseg ratificou a necessidade de desregulamentação do setor no “Plano Diretor do Sistema de Seguros, Capitalização e Previdência Complementar”, que foi elaborado de forma conjunta com a Secretaria Especial de Política Econômica, a Susep e o IRB, e lançado em 17 de julho de 1992, dentro do projeto de reconstrução nacional preconizado pelo Governo Federal.
As ações previstas como necessárias no Plano Diretor (1992) foram orientadas e instrumentalizadas pelo Plano Setorial de 1994, apresentado pela Fenaseg com o duplo objetivo de “dimensionar as possibilidades contemporâneas e futuras de negócios com seguros no País, considerados vários cenários econômicos possíveis, e definir uma estratégia que assegurasse ao mercado uma fase de desenvolvimento sem rupturas. Sobretudo as institucionais” (2º Plano Setorial da Indústria de Seguros, 2004). Indispensável à fundamentação técnica de propostas do setor, o estudo respondeu às intenções desenvolvimentistas manifestadas pelo Governo e abrangeu temas como: informação, imagem, educação, seguro auto, seguro saúde, integração do mercado segurador no Mercosul, monopólio do IRB, previdência complementar e seguro de acidentes do trabalho.
Lançado no primeiro semestre de 2004, em Brasília, o 2º Plano Setorial da Indústria de Seguros definiu os vetores de funcionamento, produção e atuação institucional do mercado segurador, destacando o empenho das seguradoras em prover proteção aos agentes produtivos e à população brasileira. O Plano fixa objetivos e metas qualitativas e quantitativas do setor e tem como objetivo geral manter a trajetória de evolução do mercado de seguros, elevando a participação do setor no PIB nacional.
Já sob o regime de representação institucional espelhado, a CNseg instituiu em 21 de agosto de 2010 a “Carta de Itaipava”, um planejamento estratégico para o triênio 2010/2013 que estabeleceu como linha de ação da CNseg: a promoção do setor em todas as suas vertentes e a sua crescente participação na economia brasileira; a inclusão de novos consumidores para os produtos e serviços do mercado de seguros, especialmente por meio do apoio a novas coberturas e novos padrões operacionais; o incentivo à pesquisa e à geração de conhecimento; a cooperação com os órgãos reguladores visando o aprimoramento do marco regulatório do setor, principalmente no que tange à simplificação e à redução de custos; a identificação e enfrentamento dos fatores inibidores de crescimento do setor e o seu fortalecimento em todos os segmentos; além da participação nas iniciativas que visam à implementação do microsseguro.
No âmbito do microsseguro, a CNseg submeteu um projeto à Organização Internacional do Trabalho – OIT voltado ao desenvolvimento de uma metodologia replicável que informasse e sensibilizasse populações de baixa renda sobre gestão de risco e seguro. Tendo sido selecionado pela OIT na rodada de março de 2009, o Projeto Estou Seguro incluiu a exibição de um filme, a difusão de radionovelas e apresentações de teatro de rua, e contou com a adesão de 17 seguradoras e a participação da Susep, da Fenacor e da Escola de Negócios e Seguros – ENS. Devido à repercussão do Projeto, a CNseg foi eleita Entidade do Ano na 13ª edição do Prêmio Cobertura Performance.
Em julho de 2012, teve início a segunda fase do Projeto Estou Seguro, que abrangeu atividades de educação financeira e difusão de conhecimento sobre a importância do seguro e da gestão de riscos com base na linguagem circense. As ações contaram com diversas apresentações da trupe de saltimbancos Carroça de Mamulengos e dos OsMartha, um grupo de atores formado por moradores do Santa Marta. Também foi lançado no dia 16 de dezembro, na quadra da Escola de Samba do Morro Santa Marta, o jogo eletrônico “Caminhoneiro Estou Seguro”, com o objetivo de despertar de forma lúdica a consciência do público infantojuvenil a respeito da importância do seguro.
As diretrizes do Planejamento Estratégico do triênio seguinte 2013/2016 compuseram a Carta de Copacabana, que contemplou percepções, interesses e metas do mercado, traçando objetivos cada vez mais convergentes com os anseios da sociedade. A Carta se estruturou sob três pilares fundamentais: diálogo contínuo com os públicos de interesse; comunicação clara e busca permanente pela inovação.
Visando demonstrar como o setor de seguros pode contribuir com o crescimento da economia, a CNseg encaminhou aos candidatos à Presidência da República, em 2018, o documento “Propostas do Setor Segurador Brasileiro aos Presidenciáveis 2018”.
No ano seguinte, em 29 de julho de 2019, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, entregou as “Propostas do Setor Segurador Brasileiro 2019/2022” ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e sua equipe. Ainda em 2019, no mês de setembro, a CNseg lançou, a “Carta de Ibirapuera”, uma agenda estratégica que contempla 28 temas e que constitui o foco de atuação da Confederação no triênio 2019/2022.
Reunidos em Ibirapuera, na cidade de São Paulo, os membros do Conselho Diretor da CNseg estabeleceram como estratégicos temas transversais que interessem a mais de uma das quatro Federações que integram a Confederação – FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap – além de temas de interesse institucional que devam contar com o suporte da Confederação.
Integração, dinamismo e evolução do mercado são a grande marca da CNseg
No mesmo ano do lançamento da “Carta de Ibirapuera”, a CNseg deu mais um importante passo em direção à disseminação de uma cultura de inovação no setor de seguros com o lançamento do livreto “Gestão da Inovação e Inovação Estratégica”, durante o 13º Insurance Service Meeting e o 4º Encontro de Inteligência de Mercado, em São Paulo. O livreto aponta algumas tendências ferramentais que podem nortear as atividades de seguros pelos próximos anos, como Inteligência Artificial (IA), blockchain, open insurance e telemetria, além de abordar o Prêmio Antonio Carlos de Almeida Braga de Inovação em Seguros, uma iniciativa da CNseg que neste ano alcançará a 10ª edição e que tem o objetivo de estimular a inovação no mercado de seguros.
A primeira edição do Prêmio foi celebrada há 10 anos, em 14 de dezembro de 2011, durante o almoço de confraternização de final de ano do mercado no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e contou com a presença de autoridades, empresários e executivos do mercado, além do próprio Antonio Carlos de Almeida Braga, o Braguinha, que emprestou seu nome à iniciativa.
O lançamento do Prêmio Antonio Carlos de Almeida Braga de Inovação em Seguros coincidiu com o lançamento da nova identidade visual da CNseg. O novo logotipo demarcou o aniversário de 60 anos da Confederação com a transmissão dos conceitos de integração, dinamismo e evolução do mercado, como aponta a diretora executiva da CNseg, Solange Mendes:
A forma básica dos símbolos das quatro Federações que compõem a CNseg foi desenvolvida a partir de um diagrama geométrico e estável que dá estrutura ao símbolo (…) A nova identidade visual integra um processo de mudança para todos nós. É um novo tempo para o mercado de seguros brasileiro e é fundamental que esta união permeie cada vez mais as nossas ações (Revista de Seguros, abril/maio/junho de 2011).
Como parte das suas ações de Responsabilidade Histórica, o Conselho Diretor da CNseg concebeu, em 2012, a criação do Centro de Documentação e Memória do Mercado Segurador – CEDOM, cujo projeto de implantação teve início em agosto de 2014 e foi concluído com o lançamento do Portal CEDOM, em julho de 2016.
O rico acervo histórico contempla o Programa de História Oral, que reúne entrevistas com personalidades e profissionais do mercado segurador que testemunharam fatos relevantes da história do seguro, documentos textuais, fotográficos, audiovisuais, obras de referência e peças tridimensionais que hoje somam cerca de 170 mil registros sobre a atividade seguradora no Brasil.
Entre as ações voltadas à celebração do aniversário de 70 anos da CNseg, estão a criação da Galeria de Presidentes, a elaboração de Dossiês sobre personalidades do mercado segurador, a realização de nova série de depoimentos com ênfase no impacto da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no mercado de seguros e perspectivas para o pós-pandemia, além do significado dos 70 anos da CNseg, cuja longevidade e solidez a legitimam enquanto testemunha de momentos emblemáticos da história do mercado segurador e do País.