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CNSeg - Confederação Nacional das Seguradoras

As chuvas históricas do Rio de Janeiro e a resposta do Seguro às mudanças climáticas

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Mais um ano se inicia e com ele a certeza dos temporais que assolam o país, principalmente no verão. A cada janeiro, a preocupação aumenta e as enchentes parecem mais avassaladoras. A cidade do Rio de Janeiro é uma das mais atingidas por esse tipo de catástrofe.

As maiores e mais famosas chuvas da cidade do Rio de Janeiro

Enchentes no Rio de Janeiro. Tráfego no Jardim Botânico, 12 de janeiro de 1966 (Arquivo Nacional).

Apesar da fama da cidade e das chuvas cada vez mais extremas, principalmente em razão das mudanças climáticas, as enchentes urbanas mais famosas que atingiram o Rio de Janeiro se deram na década de 1960, embora dados indiquem que estas não figurassem nem entre os cinco maiores temporais.

Em janeiro de 1966, cinco dias seguidos de chuvas fizeram mais de 200 vítimas e deixaram 50 mil desabrigados. De acordo com pesquisadoras do tema: “Em 1966, caiu sobre a cidade do Rio de Janeiro uma das maiores chuvas de que se tinha notícia. Mais de 245 mm de água inundaram as ruas em menos de 24 horas, qualificando aquela como a ‘enchente do século’”. (SEDREZ; MAIA, 2014, p. 184).

Se fizermos um comparativo com o ranking atual da cidade, a maior chuva dos últimos tempos foi identificada em 2010, no alto do Morro do Sumaré, no Parque Nacional da Tijuca, alcançando 360,2 mm em 24h, portanto muito acima do volume de 1966. Apesar do número alarmante, foram as chuvas de 09 de abril de 2019 as que mais intensamente atingiram a cidade. Oito das ocorrências presentes no ranking aconteceram nesta mesma data, registrando volumes entre 289,6 mm e 343,4 mm em diferentes pontos da cidade. A precipitação mais recente das dez que compõem a lista, aconteceu em 01 de abril de 2022, atingindo 310,6 mm em Guaratiba.

As transformações sociais dos ecossistemas da cidade foram os grandes responsáveis pelo impacto das chuvas de 1966. A canalização de rios e a pouca manutenção destes e dos bueiros fez com que a cidade inundasse mais rápido. As construções em encostas foram fortemente abaladas e muitos desabamentos aconteceram. O rio dos Macacos transbordou no Jardim Botânico, moradias desabaram no bairro da Gávea, um desmoronamento levou casas e prédios no bairro das Laranjeiras, a Conde Bonfim foi inundada pelo Rio Maracanã, que saiu de seu leito, dentre outros acontecimentos.

Seguro para enchente e para alagamento

Fonte: Dossiê de enchentes no Estado do Guanabara, 1966-1973 (Arquivo Nacional).

Em setembro de 1978, a Revista de Seguros publicou matéria intitulada “Enchente também é risco segurável”. O texto trazia ao leitor explicações sobre duas modalidades de seguro: para enchente e para alagamento. A apólice de enchente cobriria as perdas ou danos causados diretamente pela inundação. O seguro de alagamento, mais abrangente, englobaria inundações e outros tipos de danos causados pela água. No entanto, a matéria destacou que o seguro geralmente era contratado por indústrias localizadas em regiões mais expostas àquele risco, não atingindo assim a população em geral.

Seguro Social Contra Catástrofe

Na COP 28, realizada em Dubai no mês passado, a CNseg esteve presente participando de importantes painéis, um deles foi o painel “Adaptação, Perdas e Danos”, promovido pelo Ministério das Cidades. Ao longo do evento, a Confederação apresentou o Seguro Social Contra Catástrofe, “um importante instrumento de proteção e amparo financeiro para a população mais vulnerável a desastres provocados por chuvas, inundações, alagamentos ou desmoronamentos. Pela proposta apresentada ao governo, o seguro proporcionaria uma indenização emergencial de até R$ 15 mil e auxílio funeral para vítimas de calamidades públicas”. (CNseg, 07 de dezembro de 2023).

Também pensando na questão climática, na ocasião foi firmado com o ICLEI, associação mundial de governos locais e subnacionais dedicada ao desenvolvimento sustentável, o termo de cooperação para promoção e realização do projeto “Mecanismo de Seguro para Infraestruturas Urbanas” – Urban Infrastructure Insurance Facility (UIIF). “O objetivo é formar um grupo de cidades para identificar os riscos, a infraestrutura e desenvolver um desenho do produto, com as coberturas, formas de contratação e as características da apólice, e, junto com isso, atrair as empresas a participarem”. (CNseg, 07 de dezembro de 2023).

 

Publicado em 10.01.2024

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