O seguro foi transmitido pela primeira vez na televisão brasileira em 18 de setembro de 1950, há 70 anos. Para a instalação da primeira emissora de TV da América Latina, o seu fundador, Assis Chateaubriand, precisava adquirir a aparelhagem necessária nos EUA, orçada na astronômica cifra de 5 milhões de dólares. O projeto foi viabilizado por meio do patrocínio de empresas que apoiaram Chateaubriand pagando adiantado por um ano de publicidade. Entre as empresas apoiadoras destaca-se a SulAmérica.
Inúmeros convidados compareceram à transmissão da cerimônia de batismo das câmeras e dos estúdios, em São Paulo. A madrinha da celebração, a Sra. Rosalina Coelho Lisboa Larragoiti, esposa do empresário Antônio Sanchez de Larragoiti, diretor da companhia de seguros SulAmérica, abriu uma oração com a frase: “A televisão, essa criança desconhecida entre nós”.
Logo após o seu discurso, Homero Silva e Lia Borges de Aguiar leram os primeiros anúncios da história da TV. “Foi um momento de graça e chisto. Escritos em termos jocosos, os textos de propaganda constituíram a homenagem às empresas cujo auxílio foi fundamental para a montagem das instalações da televisão no Brasil”, afirma a matéria do “O Jornal (RJ)”, de 20 de setembro de 1950. Assim foi ao ar o primeiro anúncio de seguros no País.
No decorrer dos seus 70 anos de existência, a TV brasileira se consolidou como uma aliada estratégica na difusão da cultura do seguro. As atrizes Yara do Amaral e Sura Berditchevsky, que interpretaram Áurea e Inês na novela “Dancin’ Days” que foi ao ar em 1978, foram as pioneiras da história da teledramaturgia nacional em protagonizar um enredo que retrata a importância do seguro, afirma a biografia “Yara Amaral: A operária do teatro”, de autoria de Eduardo Rieche.
A iniciativa da Fenaseg, atual CNseg, de inserir o seguro na novela recebeu extensos elogios do ilustre Luiz Mendonça, na edição de fevereiro de 1979 da Revista de Seguros. Mendonça afirmou que até aquele momento Hollywood havia adotado uma abordagem restritiva do seguro em suas produções cinematográficas, dando ênfase apenas às fraudes no seguro. O enfoque positivo dado em “Dancin’ Days” foi considerado uma “inovação certamente elogiável”.
Poucos anos mais tarde, a CNseg pôs em execução um ousado projeto de promoção do seguro em cidades interioranas do País. Entre agosto e dezembro de 1981, foram veiculados na TV, rádio e jornais impressos de municípios afastados dos centros urbanos anúncios que tinham como premissa básica a divulgação das carteiras de seguro incêndio, automóvel e acidentes pessoais. Ao todo foram empregados 50 milhões de cruzeiros na ação que abrangeu os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
As iniciativas da CNseg inspiraram o mercado segurador que pouco a pouco foi conquistando cada vez mais espaço na televisão. Em dezembro de 1984, o seguro de vida Itaú foi destaque na novela “Vereda Tropical”, da Rede Globo.
A partir de 14 de julho de 1987, as ações de divulgação do seguro da CNseg passaram a ser coordenadas pelo Codiseg – Comitê de Divulgação Institucional do Seguro – formado pelo IRB, Susep, Fenacor e CNseg.
Através do Codiseg foram desenvolvidas estratégias de Marketing icônicas, como a associação do seguro ao grande enigma que marcou época e que ainda hoje está presente na memória de muitos brasileiros: “Quem matou Odete Roitman?”
Eleita por especialistas a melhor novela de todos os tempos, “Vale Tudo” estreou na Rede Globo em 16 de maio de 1988. A 13 capítulos do desfecho da história, a vilã Odete Roitman (Beatriz Segall) foi misteriosamente assassinada. No dia que precedeu à sua morte foi ao ar o anúncio que vinculou a imagem da personagem à chamada: “Faça seguro. A gente nunca sabe o dia de amanhã”. O Marketing criativo do Codiseg teve o apreço do “Jornal Tribuna da Imprensa (RJ)” que parabenizou o brilhantismo dos idealizadores do anúncio, na edição de 26 de dezembro de 1988.
No ano seguinte, o Codiseg investiu 140 mil dólares na participação especial de Maria Izabel de Lizandra na novela “Tieta”. A atriz interpretou Marília, uma corretora de seguros que tinha a importante missão de explicar as vantagens de se fazer seguro e que teve a sua história entrelaçada com a de outros personagens. A própria protagonista da novela (Betty Farias) veio a contratar seguro com Marília no episódio que foi ao ar em 11 de dezembro de 1989. A intenção do Codiseg era “colocar o seguro na boca do povo”, afirmou a matéria do jornal “O Fluminense (RJ)”, em 04 de dezembro de 1989.
Em junho de 1991, o Codiseg se fundiu à Funenseg, atual Escola de Negócios e Seguros – ENS, que assumiu um papel de destaque na difusão da cultura do seguro. Em 1996, a Escola, em parceria com a CNseg, investiu 4 milhões de reais na campanha “Carro, ainda vão te roubar outro”.
Uma campanha similar – “Carro, ainda vão te roubar um” – havia sido patrocinada pela CNseg anos antes. Voltada para o combate ao roubo de automóveis a campanha de 94 denunciou a situação insustentável do Rio de Janeiro e cobrou providências da secretaria estadual de segurança pública. Seu êxito na redução das ocorrências fez com que a iniciativa fosse retomada em 96.
Concomitantemente às ações desenvolvidas pelo Codiseg, o Sincor-SP patrocinou a ampliação da inserção do seguro na grande mídia. Além de tornar o corretor de seguros um profissional mais conhecido em todo o Brasil subsidiando merchandisings nas novelas O Rei do Gado (1996), Torre de Babel (1998), Suave Veneno (1999) e Terra Nostra (1999), o sindicato também foi responsável pela criação da série “Minuto Seguro”, apresentada pelo ator Tony Ramos, e exibida nos intervalos do Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Jornal da Record, Jô Soares e A Indomada (1997).
Ao longo do século XX a internet se popularizou e no despontar do século XXI se consolidou como um meio dinâmico e eficaz de divulgação, viabilizando ações de comunicação cada vez mais inovadoras.
Foi neste contexto de intensas transformações que a CNseg lançou, em 2016, o Programa de Educação em Seguros. Concebido em um mundo cada vez mais conectado, o Programa abrange 21 ações nas mais variadas frentes a fim de tornar o seguro uma ferramenta mais conhecida da população.
O “Canal Seguro” no Youtube, ações nas mídias sociais e a Rádio CNseg integram este conjunto de iniciativas que visa fortalecer o diálogo com a sociedade e tornar o consumidor mais bem informado para a tomada de decisão. O Programa de Educação em Seguros representa a consolidação das ações que vem sendo desenvolvidas pela CNseg ao longo de quase 70 anos. Em entrevista à Rádio CNseg, o presidente da Confederação Nacional de Seguros, Márcio Coriolano, afirmou que as novas tecnologias digitais são uma realidade que têm cada vez mais interesse social, com benefícios tanto para as empresas de seguros, que ganham maior aproximação de seus clientes, como para o consumidor final, que ganha canais cada vez mais ágeis de atendimento.