Iniciativa
CNSeg - Confederação Nacional das Seguradoras

Novos consumidores e as origens de uma agenda ASG na FIDES

Categoria:

No ano em que se realiza a 38ª edição da Conferência Hemisférica de Seguros, o Centro de Documentação e Memória do Mercado Segurador – CEDOM apresenta um panorama sobre as diferentes fases do encontro. Faltando pouco para a FIDES RIO 2023, que acontece entre 24 e 26 de setembro, a cada semana analisaremos duas décadas do evento, considerando as suas principais características e decisões que impactaram o setor.  

 

O papel do seguro para o desenvolvimento ibero-americano nas décadas de 2000 e 2010

As primeiras décadas do século XXI foram marcadas pela projeção do mercado de seguros em um contexto de nova crise econômica mundial. Nestes anos, tanto o consumo, quanto o seu maior alcance, receberam destaque das conferências. O período também definiu os primeiros movimentos em direção à uma agenda ASG, reforçando a preponderância do setor de seguros no fortalecimento dos pilares Ambientais, Sociais e de Governança.

O evento de Lima, em 2001, destacou a formação profissional como fator essencial e estratégico para os bons negócios no mercado de seguros. De acordo com a Revista de Seguros, “os resultados são previsíveis: maior agilidade, redução de custos, produtos mais criativos, gerência integrada de riscos e capital e combinação de arquitetura de seguros e soluções financeiras, maior eficiência na análise de riscos”. (Revista de Seguros, out., nov., dez., 2001, p. 13).

Nesta fase, novos produtos e novos consumidores ganharam visibilidade. Em 2007, no Equador, os Microsseguros tiveram relevância nas apresentações realizadas. O seguro de maior acesso voltou a ser debatido no encontro seguinte, em Las Vegas e, em 2013, na Guatemala. A Declaração de Antígua, expedida nesta conferência, definia: “O seguro pode desempenhar papel fundamental no preenchimento das lacunas de vulnerabilidade da população”. O encontro de 2015 reiterou a expansão do mercado como essencial, tendo como tema central “O seguro na era do novo consumidor”.

A partir de 2007, o mundo enfrentou nova recessão global provocada por uma crise financeira iniciada nos EUA e que repercutiu em outros países nos anos seguintes. A Declaração de Las Vegas, expedida em 2009, representou uma resposta do mercado segurador aos eventos em questão, reforçando a importância da gestão de risco para a manutenção de força do setor: “Los impactos en el sector asegurador, de la crisis financiera y económica en la que estamos inmersos, no ha puesto en entredicho la estabilidad de las empresas de seguros, ya que han sido menores, gracias a una correcta gestión de riesgos y la prudencia en el manejo de recursos de terceros, con una adecuada diversificación de sus carteras de inversión. En su conjunto, la industria aseguradora está sólida y bien capitalizada”.

As mudanças climáticas foram pauta da conferência pela primeira vez em 2009, durante o encontro de Las Vegas. Dando prosseguimento ao assunto de grande repercussão, em 2011, a Declaração de San Pedro Sula ressaltou a solidez do mercado segurador frente aos eventos climáticos vivenciados nos anos 2000, momento em que grandes catástrofes como furacões, enchentes, terremotos e etc. impactaram especialmente países como Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela. A carta ainda enfatizava o papel do resseguro internacional na diminuição dos riscos para o mercado.

Dois eventos reforçaram a participação do Brasil na FIDES. Na conferência de 2007, João Elísio Ferraz, presidente da Fenaseg (1992-2010), falou sobre as perspectivas do mercado segurador brasileiro na exposição intitulada “Brasil: a abertura do resseguro – Impactos e Oportunidades”. A fala estava alinhada com as mudanças que aconteciam naquele ano, já que ocorria no país o processo de abertura do resseguro para o mercado, pautado pela Lei Complementar 126/07, editada em 15 de janeiro de 2007. Já na edição de 2013, em Antígua, Guatemala, o Brasil teve o seu segundo representante a assumir a presidência da FIDES. O presidente da CNseg, Marco Antonio Rossi (2013-2015), foi empossado como novo presidente da FIDES no último dia do evento, assumindo um mandato de dois anos à frente da federação latino-americana.

Presidente da CNseg, Marco Rossi (ao centro), assume o cargo de presidente da FIDES durante a 34ª Conferência Hemisférica de Seguros (CEDOM).

Fechando as duas décadas, a tecnologia novamente recebeu grande destaque das conferências. Em 2017, a Declaração de San Salvador refletiu sobre a importância da tecnologia para os avanços do mercado segurador, assim como os problemas que podem ocorrer a partir dela. Já a conferência seguinte, trazia como tema central o “Impacto da Inovação tecnológica nos seguros”.

Foram sedes da FIDES no período: Lima (2001), Punta Cana (2003), Caracas (2005), Guayaquil (2007), Las Vegas (2009), San Pedro Sula (2011), Antígua (2013), Santiago (2015), San Salvador (2017) e Santa Cruz da Serra (2019).

 

Publicado em 30.08.2023

Compartilhe nas redes sociais

Outros destaques