Iniciativa
CNSeg - Confederação Nacional das Seguradoras

O mercado segurador celebra 75 anos da FIDES   

Há 75 anos foi celebrada a I Conferência Hemisférica de Seguros em Nova York, nos Estados Unidos. Seus antecedentes remontam ao 1º Congresso Latino-Americano de Seguradoras, realizado em Santiago do Chile, em 1938. O segundo congresso, previsto para o ano de 1940, teve que ser adiado devido à Segunda Guerra Mundial (1939-1945) de tal forma que somente em 1946 foi possível criar a Conferência Hemisférica de Seguros, berço do Dia Continental do Seguro.

Concebido durante a 1ª Conferência Hemisférica de Seguros e amplamente debatido durante a 1ª Reunião do Comitê Permanente da Conferência Hemisférica de Seguros, celebrada no Rio de Janeiro em 18 de agosto de 1947, o Dia Continental do Seguro foi instituído oficialmente na II Conferência Hemisférica de Seguros, realizada no México em 1948. O evento contou com a presença do Ministro do Trabalho, do presidente do IRB, do presidente do Sindseg/RJ, entre outras grandes personalidades do setor. A nova data comemorativa a ser celebrada em todo 14 de maio nascia com a missão de promover a cultura do seguro no continente americano.

Durante as comemorações do Dia Continental do Seguro no ano que marca a criação da Federação Nacional das Empresas de Seguros – Fenaseg, o ilustre Luiz Mendonça destacou a importância da data para a disseminação do conceito de risco entre as populações americanas:

Podemos afirmar, sem medo de incidir em erro, que é generalizada no seio das populações americanas a consciência dos riscos a que o seguro dá cobertura?

(…) Infelizmente não. Sabemos que principalmente no Brasil a imprevidência alinha legiões; que é na verdade considerável o número dos que não se apercebem da extensão e da quantidade dos riscos que conspiram contra o bom êxito da atividade diária do homem (…) Incalculável mesmo é o serviço que no continente americano a propaganda pode ainda prestar (…) Poderá fazer aumentar no espírito do homem a capacidade de previsão e o desejo de garantias contra os males que possam perturbar ou impedir a sua atividade  (MENDONÇA, maio de 1951).

 

Do vasto histórico de iniciativas voltadas à celebração do Dia Continental do Seguro, destacamos o artigo Um dia sem seguro de autoria do então presidente da Fenaseg, João Elísio Ferraz de Campos. Publicado em 2005, a iniciativa que teve a finalidade de induzir as pessoas a refletirem sobre como seria o mundo sem a cobertura do seguro por um dia, marcou a memória de todo o mercado segurador brasileiro.

 

Meu sentimento é que as pessoas, embora suas vidas estejam marcadas individual e coletivamente pela proteção dos seguros, não têm consciência da sua importância. E não têm porque é muito difícil imaginar como seria um dia sem seguro, ou seja, um dia em que os riscos de todas as atividades humanas deixariam de estar cobertos por seguros.

(…) O comércio sofreria um impacto sem precedentes com os produtos presos em seus depósitos e impedidos de chegar a seus destinos, dentro dos países e no exterior, por falta da cobertura do seguro e o desenvolvimento tecnológico ficaria estagnado porque nenhum avanço acontece, nenhum satélite é lançado ao espaço sem a proteção do seguro.

(…) O papel do seguro, em seu conceito mais abrangente, é esse: dar às pessoas tranquilidade para sonhar, ousar e realizar com a certeza de que os riscos de viver e trabalhar têm a proteção de uma instituição: a instituição do seguro (INFORME ANUAL FENASEG 2004)

 

Desde o início da década de 1950 a Fenaseg se mantém firmemente comprometida com princípios que deram origem ao Dia Continental do Seguro e às Conferências Hemisféricas de Seguros. Em 1954 o presidente da Fenaseg, Vicente de Paulo Galliez, presidiu a V Conferência Hemisférica de Seguros, a primeira sediada no Brasil. O evento reuniu 300 delegados de diferentes países na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 19 e 23 de agosto.

O seu sucessor na presidência da Fenaseg, Angelo Mario Cerne, também desempenhou um importante papel nas Conferências Hemisféricas de Seguros, antes mesmo da fundação da Federação, tendo sido delegado brasileiro na I, III, IV, V, VI e VII Conferências Hemisféricas de Seguros, realizadas nos EUA (1946), Chile (1950), EUA (1952), Brasil (1954), Argentina (1956) e Venezuela (1958), sucessivamente.

Entre as principais contribuições de Angelo Mario Cerne para o sucesso das Conferências Hemisféricas de Seguros estão: a presidência do Comitê Permanente de Seguros, criado durante a I Conferência Hemisférica de Seguros; a presidência do Grupo de Discussões sobre Acidentes na I e na III Conferência Hemisférica de Seguros; a coordenação da IV Conferência Hemisférica de Seguros, realizada em 1954 no Rio de Janeiro; e a presidência do Grupo de Discussões sobre Temas Econômicos, Administrativos e Jurídicos na VII Conferência Hemisférica de Seguros. Em reconhecimento ao seu enorme legado, Cerne foi eleito presidente de honra das Conferências Hemisféricas de Seguros na XII Conferência, realizada em Viña del Mar, Chile.

A formalização institucional das Conferências Hemisféricas de Seguros e a criação de seu primeiro Estatuto se deram em 1967, com a Carta da Colômbia, quando foram adotados os dez princípios básicos dos seguros que se tornariam guias de ação para as instituições de seguros privados em cada um dos países-membros.

O nome da Federação Interamericana de Empresas de Seguros – FIDES foi instituído em 1973, cuja história estava sendo escrita desde a I Conferência Hemisférica de Seguros, em 1946. Sugerido pelo México, o nome faz uma alusão ao significado da palavra “FIDES” em latim: fé, confiança, crença, credibilidade.

Em 1981, outra importante inovação: a aprovação de mudanças no Estatuto da FIDES, que permitiu a inclusão de membros de fora do continente americano e autorizou a incorporação da União Espanhola de Entidades Seguradoras e Resseguradoras – UNESPA. A partir deste momento a FIDES deixava de ser uma organização estritamente americana para se converter em um núcleo ibero-americano.

Decorridos 25 anos desde a última Conferência Hemisférica de Seguros celebrada no Brasil, a cidade do Rio de Janeiro voltou a sediar a Conferência em 1979. Entre os temas abordados pela XVII Conferência Hemisférica de Seguros da FIDES, destacam-se: a imagem do seguro, bem como desafios nos campos da educação e do ensino técnico. Em 1985, foi nomeado pela primeira vez um presidente brasileiro para a FIDES: Clínio Silva, presidente da Fenaseg em 1980.

Já sob o regime de representação institucional espelhado, em que a Fenaseg concentra o exercício de sua função de entidade sindical superior filiada à Confederação Nacional do Sistema Financeiro – CONSIF, enquanto a Confederação Nacional das Seguradoras – CNseg desenvolve as atividades de coordenação e suporte técnico, organizacional e institucional a projetos e atividades de interesse comum das Federações associadas, a CNseg teve o segundo presidente a assumir a presidência da FIDES em novembro de 2013. Marco Antonio Rossi foi empossado durante a XXXIV Conferência Hemisférica de Seguros da FIDES, celebrada na Guatemala.  

Em 10 de novembro de 2015, Marco Antonio Rossi veio a falecer, vítima de um trágico acidente aéreo, e foi largamente homenageado na abertura da XXXVI Conferência Hemisférica de Seguros da FIDES em 2017, em El Salvador. O então presidente da CNseg, Marcio Coriolano, recebeu o Prêmio de Segurador mais destacado, em nome do seu antecessor, e destacou o dinamismo, a capacidade de liderança e o legado de Rossi, que participou da reestruturação do website da FIDES, da aprovação da Carta de Compromisso de Boas Práticas nas Relações com o Consumidor Interamericano de Seguros, elaborada pela CNseg, entre outras atividades.

Em 2019, o Brasil foi escolhido para sediar a XXXVIII Conferência Hemisférica de Seguros da FIDES, em 2021. Em decorrência da persistência do contágio da Covid-19 a nível mundial, o evento foi adiado para 2023, mas apesar do contexto adverso os debates prosseguem aquecidos. Em setembro de 2020 a sétima edição do CNseg Webinars debateu os impactos da pandemia nos mercados de seguros latino-americanos, e foi prestigiada com a presença do presidente da FIDES, Luis Enrique Bandera.

O debate também contou com as palestras do Presidente da Asociación Peruana de Seguradoras – APESEG, Eduardo Morón Pastor; do Vice-Presidente Executivo da Asociación de Aseguradores de Chile A.G – AACH, Jorge Claude; do Presidente da Federación de Aseguradores Colombianos – FASECOLDA, Miguel Gómez Martínez; do Presidente da Global Federation of Insurance Associations – GFIA, Recaredo Arias; e do Presidente da CNseg e Diretor-Presidente da Fenaseg, Marcio Coriolano, que também mediou o encontro.

Eleito segundo vice-presidente da Comissão Regional Sul da FIDES para o mandato de 2021 a 2024, Marcio Coriolano afirma que a FIDES tem como principal atribuição “cuidar da imagem institucional do seguro e estimular o seu desenvolvimento, mais do que isso, é um espaço de interação e de negócios entre seguradoras e resseguradoras”, conclui (RÁDIO CNSEG, 2019).

Revista de Seguros, Agosto de 1947, pág.20

36a. Conferência Hemisférica de Seguros – Homenagem à Marco Antonio Rossi

 

O presidente da CNseg, Marcio Coriolano (no canto esquerdo), logo após sua participação na mesa de abertura do evento – 37ª Conferência Hemisférica de Seguros da Fides
O presidente da CNseg, Marcio Coriolano (no canto esquerdo), logo após sua participação na mesa de abertura do evento – 37ª Conferência Hemisférica de Seguros da Fides

 

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