Iniciativa
CNSeg - Confederação Nacional das Seguradoras

O roubo da Taça Jules Rimet

No mês em que se inicia um dos maiores eventos esportivos do planeta, o CEDOM lança luz sobre a história da Taça Jules Rimet, que por quatro décadas foi oferecida aos vencedores do torneio.

Criada em 1928, a taça Jules Rimet tinha como finalidade contemplar o campeão da Copa do Mundo de Futebol, sendo entregue pela primeira vez no mundial realizado no Uruguai, em 1930. A cada quatro anos o troféu possuía uma nova casa, mas, por definição, o primeiro país que alcançasse o tricampeonato mundial seria o dono definitivo da peça. Assim, após o Brasil conquistar as copas de 1958 (Suécia) e 1962 (Chile), a seleção de 1970, composta por nomes como Pelé, Carlos Alberto Torres e Jairzinho, foi a responsável por trazer do México o prêmio para o Brasil.

Poucos anos mais tarde, no dia 19 de dezembro de 1983, o troféu foi roubado dentro da sede da Confederação Brasileira de Futebol – CBF, na rua da Alfândega, Rio de Janeiro. Embora houvesse uma réplica do troféu, que custou Cr$ 2 milhões, era o original que estava exposto no dia do acontecimento. Segundo o dirigente da CBF, Giulite Coutinho, havia um vidro de proteção blindado no próprio cofre que permitia a visualização da peça. No entanto, não contavam que houvesse uma fragilidade na vitrine: “o erro foi que o vidro colocado na vitrina entrou apoiado numa moldura de madeira”. (Jornal do Brasil, 1983, p. 26).

Representando a deusa grega da vitória, Niké, a estatueta de 30 centímetros de altura pesava 1,8 quilos, graças ao ouro contido na peça. De acordo com o Jornal do Brasil, publicado após o acontecimento:

“Além da Taça Jules Rimet, que estava segurada em Cr$ 18 milhões na Banerj-Seguros, os ladrões levaram os troféus Jarrito de Ouro, referente à conquista do torneio de futebol do Pan-Americano de 76; a Taça Independência, conquistada em 1972 em comemoração ao sesquicentenário da Independência do Brasil; e a Copa do Mundo de 50. A Banerj-Seguros ofereceu uma recompensa de Cr$ 5 milhões a quem puder fornecer pistas que levem à recuperação da Jules Rimet”. (Jornal do Brasil, de 21 de dezembro de 1983, p. 26 – grifos nossos).

A taça, esculpida pelo francês Abel Lafleur, foi encomendada por Jules Rimet, terceiro presidente da FIFA, entidade fundada em 21 de maio de 1904. Somente em 1946 o troféu recebeu o nome definitivo em homenagem ao seu idealizador.

Esta não foi a primeira vez que a taça Jules Rimet foi roubada. Em 1966, ano em que a Inglaterra sediou o mundial, a peça desapareceu do primeiro andar do Westminster Central Hall, onde estava exposta. Uma semana mais tarde, o troféu foi descoberto por um cachorro, que ao revirar as terras de um jardim, localizou a peça enterrada.

No caso brasileiro, a taça não foi recuperada. Sergio Pereira Ayres, representante do Clube Atlético Mineiro na CBF, foi condenado a nove anos de prisão como o mentor do crime, enquanto o ourives Juan Carlos Hernandez, que teria fundido a peça e transformado a mesma em barras de ouro, foi condenado a três anos de prisão.

Atualmente, o Troféu da Copa do Mundo da FIFA ou simplesmente Taça Fifa, projetado pelo italiano Silvio Gazzaniga, é o troféu atribuído aos vencedores do torneio. A cada Copa do Mundo, o país campeão tem seu nome registrado na parte inferior do troféu e recebe apenas a réplica da peça caso conquiste três vezes a competição. De valor incalculável, o troféu, que desde 1974 agracia os vencedores do mundial, deverá contemplar os campeões até 2038.

Para a Copa do Mundo de 2022, que será realizada entre os dias 20 de novembro e 18 de dezembro, no Qatar, a FIFA contratou em 2019, portanto antes da pandemia da Covid-19, um seguro milionário. No valor de 760 milhões de euros, a contratação irá proteger o torneio em caso de um eventual cancelamento:

“a apólice visa cobrir custos adicionais que a FIFA teria de suportar em caso de cancelamento, adiamento ou mudança de local no evento. Os riscos cobertos, inclusive, incluem catástrofes naturais, acidentes, tumultos, atos de terrorismo, guerra e doenças transmissíveis” (Seguro Nova Digital, 30 de março de 2021).

De forma abrangente, existem diferentes modalidades de seguros que além de cobrirem a taça, os atletas, os clubes ou mesmo o evento, resguardam os torcedores que estarão nele presente. Um exemplo é o seguro-viagem, obrigatório para entrada no Qatar e igualmente essencial para a proteção de viajantes, seja em razão de cancelamentos ou demais infortúnios, como por exemplo problemas de saúde.

Para conhecer os principais conceitos do setor e as características de seus produtos, acesse o Glossário do Seguro, criado pela Confederação Nacional das Segurador (CNseg), disponível na base de dados do Cedom.

Ilustrações:

Fonte: Arquivo Nacional, BR RJANRIO PH.0.FOT.1529 e BR RJANRIO PH.0.FOT.1529-a.

Compartilhe nas redes sociais

Outros destaques