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CNSeg - Confederação Nacional das Seguradoras

Os Seguros que cobrem os jogadores de futebol

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Com a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo do Qatar, o CEDOM resgata os diferentes tipos de seguros que protegem os mais importantes jogadores de futebol da atualidade.

Em 2009, o tema do seguro para atletas foi bastante explorado pela imprensa. Isso porque naquele ano, o craque Cristiano Ronaldo quase sofreu uma grave lesão durante uma partida do Real Madrid, clube que defendia à época, contra a Juventus: “Ao minuto 90’, Zdenek Grygera desferiu um golpe à estilo de karaté à zona do joelho direito do CR9” (Cofina Media, 3 de agosto de 2009). Nessa ocasião, os jornais noticiaram que caso o artilheiro tivesse a sua carreira interrompida, possuía um seguro para as pernas no valor de 100 milhões de euros.

Desde então, essa pauta ganhou destaque, embora outros importantes jogadores, como por exemplo o francês Zinédine Zidane e o inglês David Beckham, já contassem com esse e outros tipos de proteção anteriormente. Além das pernas, Beckham, por exemplo, segurou por 146 milhões de euros os pés e os dedos. O jogador, que mantinha diversos contratos publicitários, protegeu também o rosto por 40 milhões de euros. (Blog Minuto Seguros, 2014).

Na mesma época em que os noticiários ressaltaram os valores exorbitantes definidos para o seguro de Cristiano Ronaldo, também buscaram compará-los às apólices feitas pelo Barcelona para Lionel Messi, que hoje atua no clube francês Paris Saint-Germain. O site espanhol Acierto divulgou que as pernas do português valiam o dobro das do argentino. Entretanto, essa não é a única modalidade de seguro que pode amparar um jogador. De acordo com a Revista Apólice de 2018, duas seguradoras italianas faziam a proteção pessoal de Messi naquela ocasião, chegando ao valor de 550 milhões de euros.

Segundo o levantamento feito pelo Acierto, alguns pontos são considerados na hora de definir os valores dos seguros que cobrem os jogadores de futebol: “Para chegar aos valores das apólices, são levadas em consideração as lesões, a posição do jogador, o número de jogos que disputa em cada temporada, a idade, a constituição física e até os hábitos de vida fora dos gramados” (Revista Apólice, 2018).

No caso brasileiro, uma das famosas apólices era a de Ronaldo Nazário, que defendeu a seleção brasileira nas copas do mundo de 1994, 1998 e 2002. Denominado de “fenômeno” pela imprensa italiana e eleito melhor do mundo pela Bola de Ouro em 1997 e em 2002, o jogador sofreu uma séria lesão em 2008, enquanto estava no Milan, que o afastou dos campos por mais de um ano. O clube brasileiro Corinthians, ao contratá-lo no ano seguinte, fez uma apólice em caso de um novo dano:

“O valor segurado é de R$ 6 milhões, que é a previsão mínima de pagamento a Ronaldo até 31 de dezembro (…). O nome da seguradora é mantido em sigilo e o valor que o Corinthians desembolsou pela apólice também, mas não é inferior a 10% (ou R$ 600 mil). ‘É um acordo que ele tinha com os clubes que defendeu na Europa e que o Corinthians procurou fazer igual’. Diz o gerente de futebol Antonio Carlos” (Estadão, 27 de fevereiro de 2009).

Em 2005, Adriano, formado nas categorias de base do Flamengo e com passagens pelo Corinthians, Athletico-PR, São Paulo, Seleção Brasileira entre outros, jogava no italiano Inter de Milão, cuja torcida lhe deu o apelido de “Imperador”, quando contratou um seguro que cobria o seu joelho, no valor de 19 milhões de dólares.  “O joelho direito do jogador liderava a lista de seguros mais altos da Itália (Revista Apólice – sem data). Segundo Daniel Tozzi, para o Uol Esportes,

A cotação dos ligamentos do craque é alta ao ponto de valer mais que o antebraço do heptacampeão de F-1 Michael Schumacher (entre U$12 e U$ 14 milhões) e que o punho do hexacampeão de MotoGP Valentino Rossi (entre US$ 12 e US$ 13 milhões). (…) Mas a estimativa do seguro para Adriano não é de toda paranoica. Após um início arrasador de temporada, o atacante passou a sofrer com problemas no ligamento cruzado do joelho direito, o que o tirou de boa parte do Campeonato Italiano e da Liga dos Campeões. (Uol Notícias, 02 de junho de 2005).

Outro caso icônico ocorreu em 2014, durante a Copa do Mundo realizada no Brasil. No jogo contra a seleção da Colômbia, Neymar sofreu grave lesão que por pouco não o deixou imobilizado. Por “sorte”, o clube do craque à época, Real Madrid, havia feito um seguro para o atleta no valor de 103 milhões de euros em caso de lesão grave.

 

Lesão de Neymar na Copa do Mundo de 2014. Fonte: Reprodução/Getty Images. 

Em 1954, Ângelo Mario Cerne, que comandou a Fenaseg durante os anos de 1956 a 1962 e 1966 a 1968, quando renunciou, já alertava na Revista de Seguros: “(…) os esportistas, mais que qualquer pessoa, estão sujeitos ao risco de acidente pessoal e até de morte prematura. Logo, deveriam procurar ter seguros contra êstes riscos”. E finaliza: “Alguns Clubes já têm o seguro de seus jogadores profissionais. Só falta, agora, difundir esta prática útil”. (Revista de Seguros, dezembro de 1954).

No Brasil, entretanto, a realização de seguro para atletas somente tornou-se obrigatória por lei a partir de 2011. Após a promulgação da Lei Pelé (Lei n° 9.615) em 1998, que definiu normas para os esportes, foi aprovada a Lei nº 12.395 de 2011, que modificou o seu texto incluindo o seguro como necessidade. O artigo 45 da lei passou a determinar que: “As entidades de prática desportiva são obrigadas a contratar seguro de vida e de acidentes pessoais, vinculado à atividade desportiva, para os atletas profissionais, com o objetivo de cobrir os riscos a que eles estão sujeitos”. (Lei nº 9.615).

A partir de 2016 a Confederação Brasileira de Futebol – CBF, em parceria inicialmente como o Itaú Seguros, e mais tarde com subsidiária da Prudential no Brasil, contratou seguro que passou a cobrir mais de 10 mil atletas profissionais, auxiliando na desoneração das contas dos clubes menores. A apólice possui cobertura por morte, invalidez permanente ou parcial, por acidente e por doença. O cálculo considera o salário do atleta multiplicado por doze vezes, tendo como valor máximo 1,2 milhão de reais. Esse seguro foi acionado, inclusive, no caso da tragédia com o voo que levava o clube Chapecoense para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana. (Revista Apólice, 2018).

Apesar dos atletas famosos serem os maiores contemplados, atletas amadores também podem ser protegidos por apólices. A Federação Mineira de Futebol – FMF, por exemplo, fez seguro de vida e acidente para cerca de 30 mil atletas com benefícios que vão de 2 mil a 20 mil reais. As apólices cobrem lesões que ocorrem em campo e são sinalizadas pelo árbitro em súmula.

Para saber mais sobre os termos e coberturas dos Seguros de Pessoas e sobre a legislação que trata da obrigatoriedade de contratação de seguro de vida e de acidentes pessoais, acesse os links abaixo:

Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi)

LEI Nº 9.615, DE 24 DE MARÇO DE 1998

LEI Nº 12.395, DE 16 DE MARÇO DE 2011

 

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